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JESUS MOVEMENT


 Movimento de Jesus foi fruto de um pensamento novo - posto em prática nas ruas no final dos anos 1960 nos EUA - com vistas a criar novos adeptos dentre a Juventude (Geração Baby Boom,Geração X e Geração Y). A partir de algumas experiências, comunidades e movimentos de jovens começaram a surgir em diferentes cidades, bem como iniciativas até então inovadoras como um nightclub e um café aberto 24 horas para a juventude, de nome "His Place" [O Lugar D’Ele], no Sunset Strip. Um dos resultados desta iniciativa foi o surgimento de novos conversos a um movimento neocristão. Muitos se converteram e foram batizados mas não queriam deixar de lado algumas das bases de seu Estilo de Vida, que consideravam compatíveis com a fé cristã: a busca de pazamor, realidade e vida, a rejeição ao consumismo capitalista. A dimensão contracultural passou a ser um componente do movimento religioso que se delineava.[1]
A ampla adesão de jovens, grande parte oriundos desse movimento, ao Movimento nos EUA no final dos anos 1960 provocou algumas conseqüências para aquele campo religioso (segundo CUNHA):
  • Novas igrejas e denominações cristãs surgiram, adequadas ao estilo hippie secular na aparência e na forma de cultuar;
  • O uso de diferentes formas de comunicação pelos hippies neocristãos, como os jornais alternativos (meio comum daquele movimento) e as artes (teatropinturadesenhocaricatura), com fins conversionistas;
  • O surgimento da Jesus Music (Música de Jesus), uma combinação de Rock e Música Cristã que se tornou a base do movimento de Avivamento da juventude, cuja teologia assumia bases pietistascom ênfase conversionista. Respondendo às reações negativas dos grupos tradicionalistas, cantores e compositores da Jesus Music diziam estar usando a música para combater os efeitos negativos do Rock secular. Levou algum tempo para a mídia estadunidense atentar para o movimento de contracultura neoreligiosa que extrapolava o campo religioso e penetrava outros campos sociais daquele país. Em fevereiro de 1971, a revista Look publicou uma matéria de capa intitulada "71's Beach Scene" [Cena de Praia de 1971] que trazia a foto de um jovem hippie sendo batizado em uma praia. A partir daí uma seqüência de artigos nas revistas Life, Newsweek, Time e outras de grande alcance nos Estados Unidos deram ênfase ao Movimento de Jesus e mostraram imagens de cultos de batismo em praias, grandes encontros de oração, evangelistas de cabelos compridos e músicos do "Jesus Rock". Falava-se então em "movimento", o "Jesus Freak" [Alternativo de
Jesus], que alguns autores qualificavam como um dos fenômenos sociais mais curiosos do início dos anos 1970, ao lado de outros surgidos na época como os Black Panthers, os hippies, e ativistas estudantis e feministas. Cf. JESUS MOVEMENT. Disponível em: <http://one-way.org/jesusmovement>. Acesso em: 23 nov. 2002. (CUNHA, 2004).. Um dos efeitos desse processo foi a realização em larga escala de festivais de "Jesus Rock", com apoio de gravadoras que viram no movimento um filão para a indústria fonográfica, e o surgimento de cafés para jovens do movimento.[2]
  • Outro desdobramento foi o aparecimento de teologias apocalípticas que apontavam o movimento de reavivamento da juventude como um prelúdio para o Juízo Final, e a necessidade de uma preparação para o Arrebatamento dos santos, que seriam liberados do Dia do Julgamento.
O livro The Late Great Planet Earth (O Último Grande Planeta Terra), de Hal Lindsey, que tratava do tema, tornou-se Best-seller e alimentou a formação de grupos como Children of God (Meninos de Deus) ou The Alamo Foundation (Fundação Álamo). Estes levaram o movimento ao extremo ao criarem comunidades alternativas, inicialmente qualificadas como comunidades de compromisso, mas depois denunciadas como heréticas, por terem desenvolvido "desvios doutrinários" por meio de suas práticas.[3]
Vários líderes formados pelos grupos estadunidenses ligados ao Movimento de Jesus transformaram-se em missionários e espalharam-se por diferentes países para proclamar a fé neocristã e o novo jeito de se estabelecer em unidades. Muitos vieram para o Brasil e implementaram essa nova forma de evangelizar nas ruas, praças e praias, por meio da informalidade e facilidade de adaptação inspiradas no Movimento Hippie. Faziam uso de apresentações teatrais, musicais, abordagens pessoais, versões das músicas originais no inglês eram preparadas em português e a guitarra e abateria – instrumentos base para os gêneros musicais que esses grupos privilegiavam (o rock e a balada romântica) – passaram a ser utilizadas. Esse modo jovem de cultuar, cantar e pregar passou a influenciar fortemente a juventude protestante brasileira e ampliou a presença dos movimentos paraeclesiásticos já existentes no País, reforçando-os e abrindo espaço para outros.[3]


[editar]Influência no Brasil

A influência do Jesus Movement está no fato de alguns adeptos do movimento nos EUA e na Alemanha virem para o Brasil como missionários e ajudaram na instituição de uma nova concepção deMúsica Cristã. O movimento não teve força no Brasil, a não ser no aspecto musical (Vencedores por Cristo), mas teve efeitos ainda que tardios. Vale lembrar que o referencial de Música Cristã Contemporânea (CCM) chegou ao país tardiamente, sendo que esta denominação nem é utilizada no dia-a-dia pelas pessoas. Fora que é um referencial mais próximo da Igreja Evangélica, não correspondendo muito à realidade da Igreja Católica no Brasil. Alguns rumores e bandas de Rock Cristão, desde os anos 1970, já esboçavam mudanças musicais e comportamentais dentro doProtestantismo brasileiro, mas só tornaram mais força depois do fim do Regime Militar, em 1988, e com a instituição de um mercado de consumo de música gospel no país (lembrando que o termo "gospel" no Brasil define o que "Música Cristã Contemporânea" denomina nos EUA).

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